O gerente de vendas Onivaldo Cassiano, de 50 anos, que tinha conseguido sobreviver a uma cirurgia cardíaca que durou 51 horas e consumiu 400 bolsas de sangue, entre os dias 28 e 30 de julho, em Londrina, no norte do Paraná, morreu na madrugada desta quarta-feira (01/10) em razão de complicações de uma pneumonia. "Fomos derrotados pela bactéria", lamentou o cardiologista Luís Carlos Miguita, que o atendia.
Segundo o médico, depois da cirurgia o paciente teve pequenas infecções, mas recuperou-se e recebeu alta no dia 25 de agosto. Ele era acompanhado tanto pela equipe da clínica cardiológica quanto a cirúrgica. "Levava uma vida praticamente normal e estava quase retornando à atividade de trabalho", afirmou. Na quinta-feira à noite, ele procurou atendimento médico em razão de estar com febre e sentindo calafrios. Um exame de raios X detectou a pneumonia.
Foi internado na Santa Casa e acompanhado também por uma equipe da infectologia, recebendo tratamento com antibióticos. "Tinha um pouco de febre, mas ontem à tarde estava bem", relatou Miguita. "Entre oito e nove horas começou a ter alterações importantes, com queda de pressão e taquicardia, que evoluiu para um choque séptico e foi levado para a UTI.
Segundo o cardiologista, a evolução foi rápida, com perdas das funções vitais, como a paralisia renal e pulmonar. Miguita ressaltou que as perdas sanguíneas e o próprio estresse pós-cirúrgico podem contribuir para esse quadro. "Há uma depressão imunológica, com baixa resistência que favorece infecções", destacou. A cirurgia a que tinha se submetido demorou em razão de problemas na coagulação do sangue, que exigiram vários procedimentos. O corpo foi velado em Londrina e o sepultamento está programado para Jales (SP).