A polícia do Paraná já identificou os autores do assassinato de 15 pessoas, na considerada a maior chacina da história recente do estado, ocorrida nesta segunda-feira, em Guaíra (região oeste), fronteira com o Paraguai. O delegado-chefe da Polícia Federal de Guaíra, Érico Ricardo Saconato, disse à Agência Brasil que estão confirmadas as participações de três suspeitos no crime, identificados em depoimentos de alguns dos oito sobreviventes. Os três estão com prisão preventiva decretada.
Após o crime, que foi ;um acerto de contras entre traficantes da região;, segundo o delegado, os três fugiram de barco para o Paraguai. De acordo com ele, está agendada uma reunião na tarde de hoje (23), entre autoridades brasileiras e paraguaias, para acertar detalhes das buscas e apurar mais detalhes dos assassinatos. Está confirmada a participação do Secretário de Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari.
Já está no município uma força-tarefa com mais de 200 policiais de Guaíra, Toledo, Cascavel e de outras cidades vizinhas, além do efetivo da Ronda Ostensivas de Natureza Especial (Rone), de Curitiba, a fim de ajudar nas investigações.
Os assassinos ; todos eles brasileiros mas agiam também no Paraguai ; chegaram de barco na tarde de ontem (22), pelo Lago de Itaipu, a uma pequena favela, conhecida por Vila Santa Clara, onde as vítimas moravam. A comunidade fica na entrada do município de Guaíra.
Segundo a polícia, o local do tiroteio, uma casa num sítio, era usado para armazenar produtos de tráfico. Jocemar Marques Soares, conhecido por Polaco, que já cumpriu pena por trafico de drogas e que estaria devendo R$ 4 mil para o bando rival, foi localizado pelos assassinos num dos barracos. Ele estava acompanhado por duas mulheres, que foram as primeiras a serem assassinadas. Depois, os bandidos forçaram Polaco a ligar para seus comparsas e pedir que fossem a um galpão próximo ao barraco. Lá, foram rendidos, amarrados e executados.
De acordo com o delegado, cinco feridos continuam hospitalizados, sob proteção policial. Três sobreviveram após se fingirem de mortos. ;O receio da polícia é de que esses três contrabandistas, que cometeram os crimes, sejam assassinados pela própria quadrilha como queima de arquivo;, disse o delegado.