A campanha a favor da demarcação de terras indígenas no Mato Grosso do Sul está chegando à Europa. Cópias de um abaixo-assinado intitulado 'Basta de Genocídio: Pela Terra e Vida do Povo Kaiowá Guarani' já começaram a circular na Espanha e devem chegar logo a outros países europeus.
Com o apoio do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e de ONGs, o documento já corre o Brasil e outros países da América Latina. Ele deve ser entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em novembro.
O texto enfatiza que "a voracidade da monocultura do agronegócio" provocou o confinamento de 40 mil índios guaranis numa área de 20 mil hectares, em péssimas condições de vida. Citando casos de mortes de crianças por desnutrição, suicídios entre jovens e homicídio nas áreas indígenas, o texto conclui que existe "um quadro de genocídio" na região.
O documento lembra que o Brasil é signatário da Declaração dos Direitos Indígenas da ONU e da Convenção 169 da Organização International do Trabalho (OIT), mas não cumpre os termos desses acordos.
Os índios e as ONGs também vão fazer uma campanha de esclarecimento entre a população do Estado. Seria uma forma de se opor ao "ódio contra os povos indígenas" que estaria sendo estimulado por "setores políticos e econômicos".