O físico brasileiro José Goldemberg foi um dos vencedores do Prêmio Planeta Azul 2008, uma espécie de Nobel do meio ambiente concedido pela fundação japonesa Asahi Glass a pessoas que se destacam em pesquisa e formulação de políticas públicas na área ambiental. Essa é a primeira vez que um pesquisador da América Latina ganha o prêmio.
Goldemberg, que foi secretário de Ciência e Tecnologia, ministro da Educação e secretário nacional de Meio Ambiente durante o governo Collor, quando ajudou a articular a Eco-92, será homenageado por suas "grandes contribuições na formulação e implementação de políticas associadas ao melhor uso e conservação da energia".
Ex-reitor da Universidade de São Paulo (USP) e professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da mesma instituição, Goldemberg também atuou como secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Ao longo de sua carreira como físico nuclear, desenvolveu o conceito conhecido como "technological leapfrogging", segundo o qual os países em desenvolvimento poderiam dar um "salto tecnológico" com o uso de energias limpas, como o etanol, em vez de depender do modelo energético de países ricos.
Segundo a fundação Asahi Glass, Goldemberg trouxe importantes contribuições para a maneira como o Brasil e o mundo vêem a questão energética. Ajudou a quebrar o paradigma de que energia era algo diretamente ligado ao Produto Interno Bruto dos países e que, por isso, quanto mais fosse usada, melhor.
O Planeta Azul é, ao lado do Prêmio Goldman, a maior premiação da área ambiental. Este ano também será homenageado o francês Claude Lorius, por seus estudos sobre o gelo da Antártida e a relação entre os níveis de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera e as mudanças climáticas .
Cada um dos homenageados receberá 50 milhões de ienes (cerca de R$ 851 mil). A cerimônia de premiação será realizada em novembro, em Tóquio.