O traficante mais procurado do Rio de Janeiro, Antônio José de Souza Ferreira, o Tota, teria sido morto na madrugada desta terça com dois irmãos e outros comparsas do Comando Vermelho por integrantes da mesma facção criminosa no morro da Fazendinha, no complexo do Alemão, zona norte da cidade. As polícias Civil e Militar e o Disque-Denúncia receberam durante todo o dia diversos informes relatando a morte de Tota e de seus aliados - número que variava de cinco a 20 pessoas. A polícia invadiu o local em busca dos corpos, mas não encontrou vestígios.
Apesar da notícia da morte de Tota, as escolas e o comércio funcionaram normalmente durante o dia. Com a chegada de cerca de 100 homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do 16º Batalhão de Polícia Militar (PM), ouviu-se primeiro fogos e, posteriormente, cinco ou seis tiros. Pais se apressaram em levar para casa as crianças que voltavam da aula. Ninguém ficou ferido.
O motivo do racha na quadrilha, que teria tido o aval dos chefes da facção presos em Campo Grande (MS), Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e Márcio Nepomuceno, o Marcinho VP, também ainda não foi determinado pela polícia. Uma das hipóteses daria conta de que Tota teria sido morto pelos traficantes Alexander de Jesus Carlos, o Choque, e Fabiano Atanásio da Silva o FB, porque Tota teria matado uma das mulheres de FB por suspeitar que ela era uma alcagüete.
Homem forte do Comando Vermelho, Tota ficou conhecido da polícia em 2005, quando ainda ocupava um conjunto de favelas de Niterói, na região metropolitana do Rio, e começou a articular com quadrilhas de favelas importantes na hierarquia do tráfico como Mangueira, Providência e Jacarezinho. O disque-denúncia oferecia desde maio do ano passado, a mais alta recompensa de para prisão de um traficante: R$ 10 mil.