A lei seca, criada para reduzir acidentes de trânsito, influenciou na queda dos índices de homicídios na cidade de São Paulo. Pesquisa realizada pelo Departamento de Medicina-Legal da Universidade de São Paulo (USP) revela que o número de mortes por arma de fogo caiu de 85, registradas em julho de 2007, para 60 notificações em julho deste ano - mês seguinte ao início da vigência nova lei. Os dados foram apresentados ontem em seminário sobre os desafios do álcool no trânsito.
O porcentual de dosagem alcoólica encontrado nas vítimas assassinadas também diminuiu, passando de 45% para 28%. "A literatura internacional evidencia que a alcoolemia de vítimas de homicídio é semelhante à do agressor, pois geralmente estão na mesma ocasião e circunstância", disse o biólogo e autor do estudo Gabriel Andreuccetti. "Já é possível relacionar que um dos impactos da lei foi reduzir outros tipos de mortes violentas."
Segundo a pesquisa, ainda na comparação dos meses de julho de 2007/2008, as mortes no trânsito caíram de 55 para 35. Entre as vítimas que estavam alcoolizadas houve queda de 45,45% para 28,57%.
CNH - Nenhum motorista flagrado dirigindo sob efeitos do álcool teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) apreendida em SP desde que a lei seca entrou em vigor, em 20 de junho. Após três meses de operações para punir condutores embriagados, apenas 110 processos para suspensão de carteira foram registrados pelo Departamento Nacional de Trânsito de São Paulo (Detran).
De 19 de junho a 8 de setembro, 421 pessoas foram autuadas por dirigirem embriagadas na Grande São Paulo - desses, 148 motoristas foram presos em flagrante. Até o dia 30 de agosto, apenas 110 motoristas possuíam processos administrativos em andamento e corriam o risco de ficarem com a carteira suspensa.