Recife - A Secretaria da Saúde de Pernambuco informou, em nota, que neste domingo (07/09) as emergências dos hospitais públicos do Recife funcionaram normalmente e que o número de médicos que faltaram ao trabalho foi menor do que o registrado no período anterior ao movimento demissionário de plantonistas. O movimento tem provocado uma crise em hospitais estaduais.
De acordo com a assessoria do governo pernambucano, o foco agora é enfrentar a eventual ausência dos demissionários. No fim de semana, 44 médicos das Forças Armadas compensaram os profissionais que deixaram de ir aos plantões.
As negociações entre governo do Estado e Sindicato dos Médicos (Simepe) se encerraram na noite de sexta-feira (05), mas os médicos demissionários não cumpriram - pelo menos, ainda - a promessa de se ausentarem de forma massiva.
Segundo com sindicato, cerca de 400 médicos pediram exoneração, entre cirurgiões, clínicos, ortopedistas e pediatras Pouco mais de 200 entregaram seus pedidos de exoneração há mais de 30 dias - prazo que deram para deixar os postos.
A última proposta governamental, mediada pelo procurador-chefe do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Paulo Varejão, foi de um aumento de 61% de forma escalonada até junho de 2010, quando os plantonistas passariam a receber R$ 4,1 mil. Os médicos querem um salário de R$ 5 mil, equiparado ao aumento dado ano passado aos neurocirurgiões.
Varejão responsabilizou os médicos pelo que venha a acontecer com os pacientes e - diante da não aceitação da proposta salarial - disse que o sindicato queria fazer os procuradores de "palhaços".
O sindicato retrucou ser fácil falar quando se vive uma realidade diferente pois, no MPPE, "não existem pagamentos diferenciados entre os procuradores, que recebem dez vezes mais do que os médicos". "Os R$ 5 mil pedidos pelos médicos são um quarto do que ganha um procurador", diz o Simepe, em nota.
Em Caruaru, a 130 quilômetros do Recife, onde fica o Hospital Regional do Agreste - que atende a 32 municípios -, a juíza Silvia Amorim concedeu liminar a ação civil pública impetrada pelos promotores de Justiça Frederico Oliveira e Odir Flávio.
Ela determinou que o governo não demita os médicos demissionários e que os médicos não deixem de comparecer ao trabalho até que a situação na saúde se normalize. A determinação foi dada um dia depois que a emergência não funcionou por falta de médicos e mais de cem pacientes foram transferidos para hospitais de Campina Grande, na Paraíba.