Cerca de 7 mil pessoas assistiram, sob sol forte e temperatura de 30 graus, ao desfile cívico-militar de 7 de Setembro no Rio. Tropas da Marinha, do Exército, da Força Aérea Brasileira (FAB), da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Rodoviária Federal, ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira (FEB) além de entidades civis e estudantes percorreram um trecho de aproximadamente cinco quilômetros da Avenida Presidente Vargas, no centro da cidade. Ao todo, segundo o Comando Militar do Leste 6,5 mil pessoas desfilaram.
Na abertura do evento, o Fogo Simbólico da Pátria foi conduzido pelo judoca campeão mundial João Gabriel Shclittler, soldado do Exército. Este ano, o atleta conquistou o sétimo lugar nas Olimpíadas de Pequim.
O desfile contou ainda com a apresentação de carros de combate, aviões da FAB, viaturas militares e, pela primeira vez, aeronaves do Exército.
Para a estudante Fabiana da Fonseca, de 17 anos, desfilar durante a Parada da Independência representou uma "alegria especial". Ela é aluna do último ano do ensino médio da Fundação Osório e disse não ter se importado em acordar mais cedo num domingo para participar do evento.
Estou fechando com chave de ouro meu ciclo escolar. Pela primeira vez desfilo e logo neste ano que me despeço da escola, que vim representar numa data tão importante. A gente precisou acordar cedo, mas não tem problema, a emoção de estar aqui é maior, afirmou.
Já o reservista do Exército Adelino Moreira, que desfilou pelo terceiro ano, garantiu que vence o cansaço de percorrer o trajeto sob osol pelo orgulho de participar da homenagem ao país
Eu renovo as minhas forças e pareço ter 18 anos de novo, disse Moreira.
Orgulho também foi a palavra usada pelo comerciante Roberto Alves de Araújo para explicar o motivo de ter levado o filho William, de sete anos, para assistir ao desfile.
Acho importante para ele valorizar a nossa nação desde cedo e ter, como eu, orgulho de ser brasileiro. Principalmente em uma época em que a gente convive com tantos maus exemplos de brasileiros, é importante mostrar aos nossos filhos exemplos de vencedores, de pessoas que lutam pelo Brasil, destacou.
Após o encerramento do desfile oficial, pouco antes do meio-dia, o 7 de Setembro ganhou um tom de protesto, durante o Grito dos Excluídos, que este ano promoveu sua 14ª edição. Integrantes de diversos movimentos sociais marcharam por um trecho da Avenida Presidente Vargas carregando bolas vermelhas, faixas e cartazes pedindo o fim das injustiças sociais no país.
De acordo com Ana Magni, uma das organizadoras da manifestação, este ano aproximadamente 500 pessoas participaram do protesto que, segundo ela, teve o objetivo de denunciar a criminalização da juventude pobre e negra e dos movimentos sociais. O grupo também protestou contra a violência policial praticada em comunidades carentes do estado.
A gente vive hoje muito mais uma política de extermínio do que de segurança pública. Pessoas são punidas apenas por morar em favelas e acabam morrendo por isso, destacou.