Subiu para 30 o total de presos na Paraíba durante a Operação Cascavel, da Polícia Federal (PF). Segundo a corporação, veículos eram roubados na Paraíba, em Pernambuco e em Alagoas, passavam por desmanche ou tinham seus chassis adulterados com a participação de funcionários dos órgãos de trânsito da Paraíba e depois, com novo licenciamento, eram comercializados, voltando a circular nas ruas com documentação regularizada falsificada.
De acordo com a delegada da PF Cristiane Correa Machado, que comandou a investigação iniciada em fevereiro, o que se descobriu até agora parece ser apenas a ponta do iceberg de um esquema fraudulento que se espalha pelo País. A PF identificou fraudes em mais de 300 veículos roubados nos três Estados e "legalizados" no Departamento de Trânsito (Detran) de João Pessoa e das Circunscrições Regionais de Trânsito (Ciretrans) de Campina Grande e Catolé do Rocha, no interior do Estado.
Participaram da Operação Cascavel 320 homens - da PF, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar (PM) da Paraíba. De acordo com a assessoria de imprensa da PF, ainda não é possível estimar o lucro da quadrilha com as fraudes. Das 35 prisões temporárias decretadas, 30 foram cumpridas. O restante não foi localizado. Entre os presos estão diretores do Detran de João Pessoa, do Ciretran de Campina Grande e de Catolé da Rocha, advogados, despachantes, donos de sucata e policiais militares.
A quadrilha também contava com o apoio da polícia científica de Campina Grande, responsável pela expedição de carteiras de habilitação falsas. Para a obtenção de novo licenciamento para os carros roubados, funcionários do Detran entravam no registro nacional de veículos para falsificar informações.