É difícil cravar estatísticas sobre um tipo de crime como o da violência contra a mulher, em que as vítimas, em geral, sofrem em silêncio e raramente denunciam seu agressor. "Mas todo mundo conhece ou já ouviu falar de um caso desse tipo", disse a atriz americana Reese Witherspoon, de 32 anos, que esteve nessa quinta (28/08), em São Paulo, para um encontro inusitado, realizado num hotel do Brooklin, zona sul da cidade.
Lá também estavam a farmacêutica Maria da Penha, símbolo dessa luta - presa a uma cadeira de rodas desde que foi baleada pelo próprio marido - e a ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. O objetivo das três era chamar a atenção para a questão e divulgar novas ações, tanto do governo federal como da iniciativa privada. "No ano que vem, serão implantados novos serviços, como abrigos para vítimas em situações de risco, em 11 Estados", diz Nilcéa. "Só no mês de dezembro, tivemos 27 denúncias de cárceres privados."
No primeiro semestre do ano, dos atendimentos feitos pelo telefone 180, 121 mil resultaram em denúncias formais. "Mas a grande parte saiu de São Paulo, a região do País com mais informação e serviços de apoio. E é por isso que precisamos melhorar a assistência em outros Estados."
Mais conhecida no Brasil pelo papel na comédia romântica Legalmente Loira, Reese veio ao Brasil como embaixadora global da Avon, empresa de cosméticos engajada em questões do universo feminino. Para comemorar os 50 anos da marca no País, suas revendedoras estão sendo treinadas para passar informações e saber identificar casos de violência contra a mulher. Os catálogos - são 6 milhões em circulação - também possuem informações sobre a Lei Maria da Penha e canais de orientação como o telefone 180, criado para orientar mulheres agredidas.