Em audiência pública no Supremo Tribunal Federal sobre aborto de fetos anencéfalos (sem cérebro), que ocorre na manhã desta terça (26/08) no auditório da Corte, o representante da Igreja Universal do Reino de Deus, bispo Carlos Macedo de Oliveira, surpreendeu a platéia ao defender a interrupção da gravidez nesses casos, quando não há chance de a criança sobreviver por muito tempo.
"Defendemos que deveria prevalecer o desejo da mulher que passa por esse dano. A descriminalização desse tipo de aborto não deve esbarrar em radicalismos religiosos", afirmou o bispo.
Para a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, entretanto, a prática fere o direito à vida. "Não somos insensíveis ao sofrimento da mãe, mas ele não jsutifica o sofrimento do filho", destacou o padre Luiz Antonio Bento, representante da CNBB. Os 11 ministros do Supremo realizam a audiência pública para obter mais informação a fim de formarem uma opinião a respeito do tema. Eles terão de julgar uma ação, ajuizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde, que pede a descriminalização do aborto no caso de fetos anencéfalos.