Jornal Correio Braziliense

Brasil

Notificação de infecção por micobactéria será obrigatória

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A notificação de infecções por micobactérias de crescimento rápido passará a ser compulsória no Brasil, como já ocorre hoje com outras doenças que podem trazer grave impacto à saúde pública - caso da dengue. Micobactérias são um tipo de microrganismo encontrado no solo e na água e que atualmente causa uma epidemia de lesões nodulares e de difícil cicatrização entre pessoas que se submeteram a videocirurgias e procedimentos estéticos. Um total de 76 casos foram registrados neste ano, contra 851 em 2007, números sem precedentes no mundo. A decisão de obrigar a notificação da doença, exigida por especialistas de todo o País, ocorreu ontem, após reunião da diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e sete anos depois dos primeiros registros do problema. A agência também descartou que o glutaraldeído, produto utilizado na desinfecção de materiais cirúrgicos, possa estar envolvido nos casos, suspeita levantada há uma semana pelo próprio órgão regulador. Em nota técnica, divulgada pela agência na sexta-feira passada, foi apontado que a substância ativa do produto poderia estar contaminada pelas bactérias. Também estudos da UFRJ com três marcas do produto tinham apontado, em junho, que o glutaraldeído não consegue matar grupos das bactérias mesmo após 10 horas de exposição dos microrganismos ao produto A diretoria da Anvisa informou ontem que a legislação que determina critérios para o registro do glutaraldeído não exige que o produto comprove ação contra as micobactérias massiliense e abcessus, envolvidas na epidemia atual. Segundo o órgão regulador, a legislação será adequada para passar a fazer a exigência. Também já foram solicitados à Funed, laboratório público de Minas, estudos sobre a eficiência do produto contra as bactérias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo