Jornal Correio Braziliense

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Fiscalização considera graves condições de trabalho em usina interditada no Paraná

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As condições de trabalho degradantes flagradas pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho e Emprego na Usina Central de Porecatu, no Paraná, estão entre as mais graves encontradas nos últimos tempos pelos auditores fiscais no setor sucroalcooleiro brasileiro. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (14/08) pela coordenadora da fiscalização, Jackeline Corrijo. Segundo a coordenadora, as investigações já estão praticamente concluídas, e os auditores devem retornar a Brasília neste fim de semana. As investigações tiveram início terça-feira, com base em denúncias recebidas pelo Ministério do Trabalho. Foram flagrados 228 trabalhadores em condição análoga à de escravos. De acordo com Jackeline, a empresa informou que as verbas rescisórias desses trabalhadores serão pagas até esta sexta-feira (15/08). Há mais 2.500 trabalhadores com o pagamento atrasado desde julho. Na operação, o grupo de fiscalização móvel lavrou 153 autos de infração, interditou cinco frentes de trabalho e apreendeu 39 ônibus que transportavam trabalhadores sem autorização. ;Até agora, nos setores interditados, nenhuma providência foi tomada. As empresas não entendem que, quanto mais rápido corrigirem as distorções, menos prejuízos terão;, afirmou Jackeline. As penalidades que a empresa sofrerá serão determinadas nos autos de infração, informou Jackeline. "É preciso deixar claro que interdição não é penalidade;, ressaltou. Depois de receber as multas administrativas cabíveis, a empresa pode recorrer, lembrou a auditora. A fiscalização encontrou trabalhadores sem equipamentos de proteção individual fazendo aplicação de agroquímicos e expostos a risco de vida por intoxicação aguda. ;Eles iam para suas casas com as roupas contaminadas, colocando em risco a vida de seus familiares, sem nenhuma orientação sobre como proceder;, destacou Jackeline. E eram transportados até a frente de trabalho no mesmo compartimento onde eram levados os produtos químicos. Nas frentes interditadas não havia sanitários, água fresca, produtos para higienização ou locais adequados para a refeição. A reportagem da Agência Brasil procurou a assessoria da Usina Central de Porecatu, mas não foi atendida.