Cinco homens foram presos nessa quarta (13/08) acusados de pedofilia em São Paulo. Com isso, são nove as denúncias de assédio sexual contra menores recebidas pela Polícia Civil do estado desde sábado. O caso mais grave ocorreu na Zona Sul da capital. Um menino de 2 anos foi estuprado e espancado até a morte pelo primo da mãe, que cuidava da criança enquanto ela estava na escola dos outros filhos. O resultado do exame cadavérico da vítima comprovou a violência e o acusado foi preso ontem no início da tarde. ;Ele me pareceu uma pessoa fria, pois em nenhum momento se mostrou arrependido pelo que fez. Sua maior preocupação era saber quem seriam os seus companheiros de cela;, contou o delegado Reinaldo Peres, da 13; Delegacia de São Paulo.
A violência ocorreu na semana passada, mas o acusado só foi preso ontem porque a denúncia que chegou inicialmente à polícia apontava que o menino tinha morrido depois de cair de uma escada. A criança foi enterrada no sábado, mas os exames do Instituto Médico Legal (IML) revelaram a verdadeira causa do óbito. ;Não suspeitávamos de abuso sexual porque o filho mais velho do acusado disse em depoimento que tinha visto o menino caindo da escada. Como se tratava de um adolescente de 13 anos, nem questionamos mais nada e referendamos a versão do acusado;, revela o delegado.
O laudo do IML mostra que a vítima sofreu abuso sexual de forma tão violenta que vários órgãos foram perfurados. Havia sêmen do acusado no intestino do menino e uma perícia concluiu que o garoto foi brutalmente espancado. O que mais deixou os parentes chocados foi o fato de o acusado ter dois filhos, um de 2 anos e outro de 13. Na hora em que o acusado violentava a vítima, o filho menor estava dormindo e o maior estava na rua jogando bola com os colegas. ;Ainda não acreditamos que aconteceu isso dentro da nossa família. Estamos incrédulos;, disse um tio da vítima.
Consulta
Também ona manhã de quarta (13/08), uma faxineira de 55 anos foi a um posto de saúde de Guarulhos levar as duas filhas, de 8 e 12 anos, para fazer uma consulta. Enquanto a mãe estava na fila à espera de senha, as duas meninas brincavam na área em frente ao posto. De longe, a faxineira viu que um homem abraçou e beijou a menina mais velha. ;Quando cheguei perto, vi que era um estranho;, conta a mãe.
As duas crianças contaram que o homem ofereceu uma boneca em troca do beijo. As duas meninas aceitaram e deixaram que o homem as beijasse. Quando a garota mais nova perguntou pela boneca, o acusado disse que estava numa casa próxima e que elas poderiam ir até lá com ele. ;Quando percebi que as minhas filhas estavam sendo assediadas, comecei a gritar desesperadamente.; Dois seguranças do posto de saúde apareceram e chamaram a polícia, que encontrou o suspeito em um ponto de ônibus. ;Ainda bemque não deu tempo de ele fazer nada com as minhas filhas;, conta a mãe.
A psicoterapeuta infantil Marilda Muniz Rodrigues, do Conselho Tutelar de São Paulo, diz que os pais devem ter cuidado quando levarem seus filhos a locais públicos. ;Principalmente em ambientes que têm aglomeração de crianças. Já recebemos várias denúncias de pedofilia nesse local;, atesta a especialista.
Também foram presos um adolescente de 17 anos suspeito de abusar de uma menina de 6; um homem de 28 anos que assediou uma criança de 12; e um homem que na segunda-feira amarrou duas crianças em casa e as fez assistirem a um filme pronográfico. Ontem, a mãe decidiu denunciá-lo. Segundo a Promotoria da Infância e da Juventude, a cada mês, são registrados pelo menos 60 casos desse tipo de crime no estado.