Jornal Correio Braziliense

Brasil

Justiça Militar abre processo contra 11 no Rio

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O juiz Edmundo Franca de Oliveira, da 2ª Auditoria do Rio, aceitou a denúncia contra os 11 militares acusados de entregar três rapazes do Morro da Providência a traficantes da Mineira, controlado por uma facção rival. Os três jovens foram assassinados. Os militares foram acusados pela promotora Eliane Azevedo "de deixá-los para serem mortos conforme prometido pelos traficantes". Nesta quinta (07/08), os 11 denunciados vão tomar ciência do processo. Assistirão ao sorteio do Conselho Especial de Justiça, formado por oficiais de patente superior à do segundo-tenente Vinícius Ghidetti, o principal acusado. Ele responderá por quatro crimes conforme o Código de Processo Militar: organização de grupo para prática de violência (4 a 8 anos de reclusão); aliciamento para motim ou revolta (2 a 4 anos); recusa de obediência (1 a 2 anos) e prevaricação (6 meses a 2 anos). As penas, que somam até 16 anos, podem ser agravadas por terem ocorrido mais de dois crimes em uma ação. Os outros dez militares foram denunciados apenas por organização de grupo para prática de violência. São eles: os terceiros-sargentos Leandro Bueno, Bruno Eduardo de Fatima e Renato de Oliveira Alves; o cabo Samuel de Souza Oliveira e os soldados Fabiano dos Santos, Júlio Almeida Ré, Sidney Barros, Rafael da Costa Sá, Eduardo Pereira de Oliveira e José Ricardo de Araújo. Alves e Barros tiveram habeas-corpus negado ontem pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Em 14 de junho, 11 militares que vigiavam as obras do Projeto Cimento Social detiveram Wellington Gonzaga Costa, de 19 anos, Marcos Paulo Campos, de 17 anos, e David Wilson Florêncio da Silva, de 24, no Morro da Providência. Os três foram levados ao Morro da Mineira. Um dia depois, seus corpos foram encontrados no Aterro Sanitário de Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.