Jornal Correio Braziliense

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Cacique critica precariedade do atendimento à saúde indígena em São Félix do Xingu

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O atendimento à saúde indígena nas aldeias do município de São Félix do Xingu (PA) é precário. Além da falta de profissionais na Reserva Moikarakô, por exemplo, os 449 índios da tribo não têm sequer um carro para levar os doentes ao posto de saúde da cidade. A caminhonete que a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) deixa em cada aldeia foi levada para a regional do Departamento de Saúde Indígena de Redenção e ficou lá. A informação é do Cacique Kaiapó Akijabôro. Segundo ele, a Funasa - órgão do Ministério da Saúde responsável pela assistência aos índios- não está cumprindo a sua obrigação. ;Simplesmente terceirizam os serviços para Organizações Não-Governamentais (ONGs), e não fiscaliza o trabalho dessas entidades, que não prestam contas nem executam o serviço continuado de atendimento à saúde. O resultado é o abandono dos doentes à própria sorte". Com a simplicidade habitual, mas usando de franqueza, o cacique desabafa: ;Funasa bota uma ONG para trabalhar para eles e fica de braço cruzado;. A ONG que presta assistência é a Associação Abemoká, que trabalhou bem no início, mas depois ficou não prestou contas, não recolheu INSS, nem contribuições sociais, segundo informa o chefe indígena. O prefeito de São Félix do Xingu, Denimar Rodrigues (PR), confirma que a ONG contratada pela Funasa não presta assistência adequada aos indígenas. ;Com isso, o município, que tem um sistema de atendimento à saúde deficitário, passou a assumir maiores compromissos com a saúde indígena sem ter a contrapartida da Funasa". O Cacique Akijabôro, que é membro da Comissão Nacional de Política Indígena, disse que eles pediram ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a realização de concurso público para contratar os profissionais que ficarão mais próximos das aldeias e terão compromisso com a saúde indígena. Akijabôro afirmou que tanto o presidente Lula quanto ministro Temporão concordam com a proposta. ;É isso que nós queremos, é isso que é importante. Não queremos que os dirigentes da Funasa mandem ONG trabalhar para eles e eles ficarem de braços cruzados;. O cacique expõe um problema que vivie atualmente. "Chegaram uns parentes meus doentes aqui e não tem enfermeira. Ninguém foi buscar para levar para o hospital, não tem avião para retirar, não tem nada, a saúde da minha aldeia Moikarakô é muito complicada, é muito precária mesmo".