O consumidor já pode ir se acostumando a pedir, ao invés de uma dúzia, um quilo de bananas. A fruta, tradicionalmente comercializada em unidades contadas nas pencas, passará a ser vendida por quilo. O governador José Serra sancionou na quarta-feira passada o projeto de lei do deputado estadual Samuel Moreira (PSDB), que obriga a comercialização da banana in natura ser feita por peso no Estado de São Paulo.
A medida atende a uma antiga reivindicação dos bananicultores do Vale do Ribeira, região que concentra a maior produção de banana no Estado. Segundo cálculos da Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira (Abavar), a região perde anualmente cerca de R$ 90 milhões com as chamadas caixas-camelo, em que o produtor recebe pela venda de 21 quilos (padrão definido pelo Ministério da Agricultura), mas é obrigado a encher a caixa com até 33 quilos da fruta. "O intermediário compra por caixa, mas vende por unidade, ficando com a parte do leão", afirmou o presidente Agnaldo José de Oliveira.
Ele chama de caixa-camelo a embalagem padrão acrescida de uma estrutura que aumenta a capacidade do recipiente. "O pequeno produtor não tem poder de barganha e, quando o intermediário chega com o dinheiro na mão, ele acaba fazendo qualquer negócio" disse. Houve casos de caixas que saíram da lavoura carregadas com 38 quilos de banana. "O feirante ou seu intermediário paga R$ 6 para o produtor, depois desmembra em dúzias e arrecada, com a mesma caixa, de R$ 30."
O diretor do Escritório Regional da Agricultura (EDR), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Luiz Antonio Penteado disse que a lei estabelece um padrão para uma atividade importante do Vale do Ribeira. Hoje, a região tem cerca de 4 mil bananicultores, a maioria, pequenos e médios.