Uma equipe do Ministério da Saúde chegará na Santa Casa de Belém nesta semana para reforçar a área técnico-administrativa, principalmente a parte de gestão hospitalar. A informação é do presidente em exercício da Santa Casa, Carivaldo Bulhosa.
Em nota, o médico disse que em breve representantes do Instituto de Medicina de Pernambuco (Imip) estarão em Belém para dar continuidade ao processo de implantação da Rede de Atenção Integrada em Doenças Prevalentes da Infância na Região Norte, qual a Santa Casa será integrada.
Relatório divulgado nesta segunda-feira (29/7) pela Santa Casa revela que 27 recém-nascidos morreram no hospital entre os dias 1º e 27 deste mês. No mesmo período, o hospital recebeu 164 bebês no Setor de Neonatologia. Nesse setor, 177 bebês tiveram alta médica. No último fim de semana, apenas um bebê morreu, mas as causas da morte ainda não foram divulgadas. O número de óbitos em julho é inferior ao registrado mês a mês, de janeiro a junho deste ano, mas ainda preocupa a sociedade e deixa o Pará em estado de alerta por causa da situação da saúde pública.
De acordo com a assessoria de comunicação da Santa Casa, para controlar o problema, a instituição tem tido apoio do governo do estado, tanto com profissionais quanto com aporte de recursos. A assessoria informou que a Secretaria de Saúde do estado vai procurar representantes de outros hospitais públicos, para sensibilizá-los a montar uma rede de apoio Santa Casa. O objetivo é desafogar a demanda do hospital.
Conforme a direção da Santa Casa, estão sendo reformados 17 setores, entre os quais os berçários (externo, interno e unidade de terapia intensiva - UTI), o centro obstétrico, as salas de pré-parto, parto e pós-parto, o isolamento e a UTI para adultos. As reformas visam adequar o hospital s normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No início deste mês, a Secretaria de Saúde Pública do Pará divulgou nota afirmando que o estado tem deficiência de 41% de leitos de UTI neonatal e de 55% de unidade de cuidados intermediários (UCI).
Em junho deste ano, a taxa de mortalidade hospitalar neonatal na Santa Casa chegou a 21,7%, mas o significativo número de óbitos não é novidade no Pará. Em 2006, quando nasceram 5.912 crianças, e a unidade neonatal internou 3.543 recém-nascidos, 527 morreram no hospital - o que representa uma taxa de mortalidade de 17,5%; Em 2007, 6,1 mil crianças nasceram no local e 3.552 recém-nascidos foram internados para receber algum tipo de tratamento e 494 morreram, levando taxa de mortalidade a 16,2%.