Pessoas frustradas e falta de informação. Esse era o cenário deste domingo (27/07) no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, na Ilha do Governador, zona norte do Rio. Nas áreas de embarque e de desembarque, histórias de argentinos e de brasileiros prejudicados com atrasos e cancelamentos de vôos da Aerolíneas Argentinas se multiplicavam. Mas todas concordavam em um ponto: o descaso da companhia aérea com o bem-estar dos passageiros.
Era o caso da banda argentina Guizlo Español Cuarteto. Os músicos Alejandro Ginsbrug e Oscar Albieu esperaram durante todo o dia de ontem para embarcar em vôo da Aerolíneas com destino a Buenos Aires, previsto para as 9 horas. Até as 16 horas de ontem, não conseguiram sair do aeroporto. Oscar comentou que os músicos sempre viajaram pela empresa, mas foi a primeira vez que tal atraso ocorreu. "Não houve nenhuma explicação por parte da empresa", disse ele.
O ambiente também era de preocupação no setor de chegadas de vôos internacionais. Na área de desembarque, famílias esperavam notícias de parentes, brasileiros que ficaram horas em aeroportos e até dentro da aeronave, aguardando o retorno ao Brasil. Foi o caso do cantor Zeca Pagodinho, que só chegou ao Brasil, vindo de Bariloche, após sofrer com um atraso de cinco horas. O músico estava de férias com os filhos e ficou revoltado com a situação. "O avião lotado, com uma porção de crianças, um banheiro imundo e gente mal-educada e desatenciosa com a gente. Uma coisa de doido, nunca vi isso", disse.
No domingo, mais de 200 passageiros que estavam hospedados desde anteontem no Hotel Guanabara Palace, no centro do Rio, por causa dos vôos adiados da Aerolíneas, deixaram o estabelecimento para o aeroporto, na esperança de conseguir embarcar. A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) informou que, domingo, houve dois cancelamentos de vôos da Aerolíneas.