A segunda fase da campanha Mude um Destino, promovida pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), foi lançada nesta sexta (18/07) no Rio de Janeiro, com o objetivo de chamar a atenção da população para os caminhos corretos para se adotar uma criança. De acordo com um estudo realizado pela entidade, mais de 37% dos brasileiros procurariam uma criança em maternidades e 28% recorreriam a abrigos. Apenas 35% das pessoas buscariam auxílio no local adequado: as Varas da Infância e da Juventude em todo o país.
De acordo com o coordenador da campanha, juiz Francisco Oliveira Neto, quem quer adotar uma criança deve procurar o Poder Judiciário, fazer o processo de habilitação e então aguardar o chamado da Justiça quando surge a criança disponível para adoção. Ele destacou que essa é a forma mais segura de conduzir o processo.
;Quando uma pessoa pega uma criança de uma mãe de forma direta, sem que isso passe pelo Poder Judiciário, a mãe sabe o paradeiro da criança. Se houver um arrependimento posterior, essa mãe pode ir atrás, o que pode gerar uma insegurança na construção da relação entre filhos e pais. Tudo isso dificulta muito a concretização do processo, e pode inclusive acabar com uma devolução da criança, apesar da irrevogabilidade da ação;, explicou o juiz.
O auxiliar de serviços gerais Paulo Marco Souza Gabriel procurou os meios formais para adotar seu filho e hoje comemora o resultado do processo. ;Eu procurei a Justiça porque tinha medo de que depois alguém me procurasse pedindo a criança de volta. Hoje, ele é nosso filho e nós o amamos muito.;
Para prestar esclarecimentos sobre o processo de adoção, a AMB lança também duas cartilhas explicativas. Uma é voltada a profissionais de saúde para que eles orientem gestantes que pretendam entregar seus filhos para adoção. A outra é voltada à população que deseja adotar uma criança.
A primeira fase da campanha Mude um Destino foi lançada em março do ano passado e percorreu 22 estados do país. O objetivo era chamar a atenção da sociedade para as condições de vida de cerca de 80 mil crianças e adolescentes que vivem em abrigos.