O Centro Estadual de Vigilância Sanitária (CVS) vai proibir a venda, em todo o Estado de São Paulo, do antiinflamatório top de linha Prexige, fabricado pelo laboratório Novartis. A decisão foi tomada após os técnicos receberem 609 notificações de efeitos colaterais de usuários do remédio, sendo 147 delas graves. Entre as reações mais recorrentes estão arritmia, hipertensão, hepatite, pancreatite e hemorragia.
O produto, usado para o controle de dor, é o segundo mais vendido no Brasil da categoria sem esteróides, com faturamento anual na ordem de R$ 90 milhões. A reportagem teve acesso à portaria que deve ser publicada amanhã no Diário Oficial do Estado, que determina o recolhimento do remédio em todas as farmácias. "É uma interdição cautelar por 90 dias. O nosso grupo decidiu pela medida por avaliar que o número de reações é alto e exige providências", afirma a diretora do CVS, Maria Cristina Megid.
Não há nenhum registro de morte, mas os problemas provocados pelo uso estão espalhados por todo o Brasil, incluindo a capital paulista. As notificações de efeitos colaterais em brasileiros foram feitas pelo próprio laboratório Novartis, desde quando o remédio chegou no mercado, em junho de 2005.
O diretor médico da Novartis, André Feher, diz estar "surpreso" com a decisão do CVS e que nenhuma comunicação prévia por parte da Vigilância Sanitária foi feita no sentido da interdição. Feher afirma ainda que o "número de notificações adversas do Prexige é muito pequeno perto do consumo da medicação", estimado pelo laboratório em 11 milhões de usuários no mundo.