A Polícia Civil de São Paulo retomou as investigações para apurar um suposto esquema em que laboratórios farmacêuticos são acusados de financiar ações judiciais de pacientes para garantir vendas emergenciais, com preços mais altos, ao Sistema Único de Saúde (SUS).
São alvo das apurações as empresas Abbott, Novartis, Wyeth e o laboratório Serono, além da distribuidora de medicamentos Benatti, médicos e pacientes. Todos tiveram documentos apreendidos em suas sedes ou casas, após autorização, em dezembro do ano passado, da juíza do Departamento de Inquéritos Policiais Claudia Ribeiro. Ela entendeu que, apesar de as apurações terem começado por causa de denúncias anônimas, havia detalhes suficientes para a medida.
As investigações da polícia começaram por causa de denúncias anônimas, que teriam sido feitas por supostos ex-funcionários da Wyeth. Eles enviaram uma carta ao Ministério da Saúde, que repassou o caso ao Ministério Público. O texto da denúncia descreve com detalhes um suposto esquema em que laboratórios concederiam descontos e prazos longos de pagamentos para que os distribuidores patrocinassem escritórios de advocacia. Esses advogados ingressariam com ações gratuitamente na Justiça em nome de pacientes carentes pedindo medicamentos não oferecidos pelo SUS.