Cerca de 300 pessoas participaram neste sábado (5/7) de uma manifestação pacífica em memória do estudante Daniel Duque, morto com um tiro na semana passada, na porta de uma boate em Ipanema, na zona sul do Rio. A mãe do jovem de 18 anos, Daniela Duque, disse emocionada que não irá permitir que manchem a imagem de seu filho. "Estão tentando denegrir a imagem do meu filho. Mas não tem como isso acontecer. A Justiça será feita. Um crime aconteceu: tiraram a vida do meu filho", disse.
O jovem foi morto com um tiro no peito disparado por um policial militar que fazia a segurança do estudante Pedro Velasco, filho da promotora Márcia Velasco. A família dela está sob ameaça há oito anos, desde que a promotora investigou o traficante Fernandinho Beira-Mar.
"Ele (o PM) achou que era o tiro da impunidade, mas acertaram a pessoa errada", afirmou Daniela. Além da família e de amigos, artistas como o ator Herson Capri e a atriz Patrycia Travassos, que conheciam a família de Daniel, estiveram presentes.
"Estou com medo da impunidade, (com medo) que o corporativismo da polícia, aliado a um possível corporativismo da Justiça, faça a impunidade acontecer", disse Herson Capri. Para ele, o fato de um agente do Ministério Público já ter dito que a tese de legítima defesa alegada pelo PM é coerente e o fato de o delegado Rafael Menezes já estar falando em "dolo eventual" são indícios desse corporativismo.
O grupo se reuniu em frente à Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, deu a volta na praça de mesmo nome, passando pela frente da boate onde o jovem estava antes de ser morto, e seguiu em direção à praia. Na areia do Posto 9, trecho freqüentado por Daniel, os manifestantes fizeram uma grande roda e cantaram a música "Desenho de Deus", de Armandinho, rezaram e pediram justiça