Brasília - A Justiça Federal reiniciou nesta sexta (04/07) os interrogatórios dos militares envolvidos na morte dos três jovens do Morro da Providência, entregues a traficantes do Morro da Mineira. A sessão é conduzida pelo juiz Marcelo Ferreira Granado, da 7ª Vara Federal Criminal.
A sessão começou as 14h30, com o depoimento do sargento Renato de Oliveira. Ele afirmou que o objetivo inicial dos militares era somente aplicar um ;trote; nos rapazes, que haviam sido detidos por desacato, levando-os até as proximidades do Sambódromo para que tivessem de retornar a pé até a Providência.
O sargento disse que nenhum dos militares tentou impedir a fuga de um dos rapazes, como consta na denúncia do Ministério Público Federal (MPF), e que isso foi feito por um dos traficantes. Oliveira sustentou que chegou a pedir para o sargento Leandro Maia e para o tenente Vinícius Ghidetti para liberar os jovens, após ver eles apanhando dos criminosos. Ele disse ao juiz que a facção criminosa atuante na Providência teria estipulado um prêmio de R$ 10 mil pela morte de cada um dos militares envolvidos no caso.
Ainda estão previstos os interrogatórios dos soldados Júlio Almeida, Rafael Cunha, Sydnei Barros, Fabiano Elói, Samuel Souza e Eduardo Pereira. Ontem (3) foram interrogados o tenente Vinícius Ghidetti, os sargentos Maia e Bruno Eduardo de Fátima e o soldado José Ricardo Araújo.
Eles respondem por homicídio triplamente qualificado - com crueldade, por motivo banal e sem chance de defesa para a vítima. Os traficantes responsáveis pela morte dos três jovens ainda não foram presos.