Os representantes de caminhoneiros que se reuniram nesta quarta (02/07) com o secretário municipal de Transportes, Alexandre de Moraes, saíram animados do encontro. Embora o secretário não tenha afirmado que voltará atrás, os motoristas acreditam que a nova legislação será aliviada. E se não for, ameaçam parar a cidade de São Paulo novamente, com um protesto ainda maior do que o realizado na segunda-feira nas marginais. ;Todas as propostas serão estudadas;, disse Moraes, que prometeu se posicionar sobre os pedidos em cinco dias.
Quando o plano de fiscalização foi anunciado, no dia 27 de junho, ele e o prefeito Gilberto Kassab (DEM) foram enfáticos em afirmar que seriam rigorosos e não voltariam atrás em relação à restrição. As novas regras proíbem que caminhões grandes circulem por uma área de 100 km2 das 5h às 21h, com algumas exceções. Os caminhões menores, chamados Veículos Urbanos de Carga (VUC), devem respeitar um rodízio de placas pares e ímpares durante esse horário, até serem restritos também durante o dia a partir de novembro.
Entre as principais propostas das entidades - a maioria delas ligadas à construção civil - está a extensão do horário permitido aos caminhões de terraplenagem. Esses veículos já foram beneficiados no decreto e, atualmente, estão liberados para circular, além das 21h às 5h, das 10h às 16h. O pedido é para que os caminhões que transportam areia possam trafegar no mesmo horário do transporte de concretagem, das 21h às 16h. ;Esses serviços são complementares, não dá para fazer uma coisa sem a outra;, disse Ricardo Patah, presidente da União Geral de Trabalhadores.
Outra proposta diz respeito aos caminhões que transportam material de construção. Hoje esse tipo de carga só pode ser transportada de madrugada em caminhões grandes ou em VUCs, com rodízio. Os sindicatos pediram a liberação, de dia, de um veículo 1,4 metro maior que o VUC, que tem até 6,3 metros. O pedido mais ousado das entidades foi o de submeter os VUCs apenas ao rodízio municipal de veículos, das 7h às 10h e das 17h às 20h.