O procurador da República Daniel Prazeres cobrou nesta terça-feira (01/07) informações ao diretor do Hospital Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Alexandre Pinto Cardoso, para saber quais medidas serão "adotadas em relação ao encaminhamento dos pacientes na fila para cirurgias de transplante hepático e renal, tendo em vista a paralisação dos serviços de transplantes". No dia 9 de maio, o diretor encaminhou ofício ao Programa Rio Transplante, órgão da Secretaria Estadual de Saúde, e ao Sistema Nacional de Transplantes (SNT), do Ministério da Saúde informando que os transplantes e todos os tratamentos e exames ligados ao procedimento estavam suspensos "por desabastecimento da unidade". Desde abril, cinco pacientes já morreram.
O procurador quer saber qual o tratamento que será dispensado aos mais de 700 pacientes cadastrados na unidade que estão na expectativa de receber transplantes. "O paciente precisa ser comunicado oficialmente do problema para buscar alternativas para o tratamento", afirmou Prazeres. Segundo a coordenadora do Rio Transplante, Ellen Barroso, o doente em tratamento numa unidade pode mudar para outra, mas precisa comunicar oficialmente o órgão. No Estado há mais três unidades credenciadas, duas públicas e outra particular.
"O problema do Hospital Geral de Bonsucesso, a outra única unidade pública no município credenciada, é que apesar de terem excelente equipe, precisariam de mais profissionais e mais leitos de terapia intensiva e de pós-operatório para tratar dos pacientes que fossem transferidos. A situação é bem delicada. Além disso, há pacientes que se tratam há quatro, cinco anos na unidade e criam uma relação com eles. Muitos têm medo de mudar", afirmou Ellen. Segundo a coordenadora, como a unidade não está realizando os exames nos pacientes, eles não conseguem nem saber se a gravidade da doença aumentou