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Santa Casa do Pará inicia ação para evitar novas mortes de bebês

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A nova direção da Santa Casa de Misericórdia do Pará começou hoje uma operação de emergência para evitar que novas mortes ocorram na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e nos berçários. Enquanto funcionários cobram melhores condições de trabalho para atender à demanda de pacientes, aquém dos limites de poucos médicos e enfermeiros, o grupo de interventores tenta dobrar o número de leitos na UTI, que deve passar de 22 para 42. Era possível observar hoje que havia mais de um bebê em situação de risco ocupando a mesma incubadora. A diretora Maria Sílvia Comaru, que hoje assumiu o cargo, nomeada pela governadora Ana Júlia Carepa (PT), disse que a abertura de mais 20 leitos para atender os bebês na Maternidade do Poço e no Instituto Materno Infantil Mamarray desafogará a demanda, mas não resolverá a dificuldade. "A UTI Neonatal está operando com mais de 100% de sua capacidade e isso não é bom. O ideal é que ela tivesse 80%, para ter leitos de reserva, caso haja necessidade de troca de aparelhos." Outros hospitais também são avaliados para abrigar os recém-nascidos. A Beneficência Portuguesa tem só cinco leitos de UTI neonatal e opera com capacidade máxima, assim como o Hospital da Ordem Terceira. Para Maria Sílvia, a intervenção na Santa Casa de Misericórdia é transitória. A idéia é tomar as medidas necessárias para que o hospital volte à normalidade. "Já fizemos isso no Hospital Regional de Santarém (PA), onde atuamos por 20 dias até a chegada de um novo diretor", observou. Segundo a Santa Casa, as primeiras 12 crianças que morreram na semana passada apresentavam baixo peso - abaixo de 2,5 quilos. Delas, 2 pesavam menos de 1 quilo, 7 eram prematuras, 2 tinham má formação, 4 nasceram em sofrimento fetal e 4 apresentavam infecção ao nascer por doenças não tratadas durante a gestação.