Jornal Correio Braziliense

Brasil

Justiça militar nega pedido de liberdade provisória para sargento gay

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A Justiça Militar negou nesta sexta-feira (27/06) o pedido de liberdade provisória ao 2ª sargento Laci Marinho de Araújo, acusado de deserção. Em audiência no Superior Tribunal Militar (STM), o oficial alegou que estava doente e não tinha condições de comparecer ao trabalho. Emocionado, ele deixou a audiência chorando e teve de ser contido pela guarda militar. ;Sou um judeu em campo de concentração;, protestou o sargento na saída. O oficial está preso desde o dia 4 de junho no Batalhão de Polícia do Exército e deverá cumprir 60 dias de pena. Na próxima semana, uma junta de médicos do Hospital das Forças Armadas (HFA) irá realizar exames para confirmar o quadro clínico do sargento. Laci alegou que sofre transtornos neurológicos desde 2006. Ele acrescentou ainda que passava por um quadro agudo de depressão quando deixou de comparecer ao trabalho. A polêmica envolvendo o sargento ganhou forças por ele assumir um relacionamento gay há mais de dez anos com o sargento Fernando Alcântara Figueiredo. O companheiro também foi preso, por duas vezes, e pediu baixa do Exército nesta quinta-feira (26/06), alegando perseguição dentro da corporação por assumir publicamente ser homossexual. A juíza que negou a liberdade ao sargento Laci, juíza Zilah Maria Petersen, foi enfática na justificativa. ;Nego o pedido feito e voto pela realização de uma perícia neuropsiquiátrica;, pontuou. A verificação médica ainda não teve a data marcada. A juíza tabem negou um pedido de menage, que na Justiça Militar corresponde ao condenado cumprir as obrigações durante o dia e retonar para cumprir pena no período da noite.