O vice- presidente do Sindicato dos Médicos da Paraíba (Simed-PB), Wandebergue Gomes de Albuquerque, reafirmou a permanência da greve nos hospitais de João Pessoa e nos postos do Programa Saúde da Família (PSF) por tempo indeterminado. Ele não descartou também a possibilidade dos profissionais da saúde pedirem demissão coletiva incluindo, também, a rescisão de contrato dos médicos cooperados com a Prefeitura.
De acordo com ele, o movimento completa 25 dias nesta quarta-feira (25/06) e o principal impasse é com relação ao valor pago pela Prefeitura pelo desempenho por produtividade dos médicos. "Os médicos que trabalham 20 horas semanais nos hospitais ganham R$ 960 por desempenho de produção, mais salário de R$ 2.040. Mas esta gratificação por produção fica excluída das férias e no caso dos médico se afastarem do serviço por motivos de saúde", disse.
Wandebergue Gomes de Albuquerque afirmou que na assembléia de sexta-feira passada a categoria definiu um valor salarial de R$ 3.900, incluindo salário e gratificação por produção, para os médicos que trabalharem 20 horas semanais e R$ 2.640 para os médicos dos laboratórios. ;Enquanto não houver avanço na negociação fica valendo a greve a o indicativo de demissão coletiva;.
A Secretaria de Saúde de João Pessoa informou que o prefeito Ricardo Coutinho recebeu a comissão dos médicos na última sexta-feira e acenou para mais uma garantia trabalhista para os profissionais do Programa Saúde da Família, concedendo , a partir de dezembro deste ano, parcela do 13º salário. Na ocasião, ainda teria sido oferecido um salário de R$ 4.537 para os médicos. O valor seria pago a partir de primeiro de junho.
A secretaria também frisou que os gestores não podem conceder aumento salarial no período eleitoral e lembrou das melhorias realizadas nos setores de trabalho. A assessoria de imprensa comunicou que um dos motivadores da greve seria o fim dos contratos com as cooperativas médicas, um assunto que há meses gera polêmica na Capital. Esse tipo de contrato dificultaria a negociação salarial com os médicos.
O presidente da Cooperativa dos Anestesiologistas da Paraíba (Coopanet), Ronivaldo Barros, frisou que não impede que o profissional faça o contrato individual com a Prefeitura. "Mas eles não aceitam assinar contratos individuais porque os salários ficam muito aquém do desejado", acrescentou.