Três dias após entrar em vigor a lei 11.705, que impõe punições mais duras a quem dirigir após consumir álcool, a Polícia Rodoviária Federal prendeu 38 pessoas e aplicou 80 autuações nos nove Estados que divulgaram balanços - em São Paulo, sete foram presos. Conforme a lei, sancionada no dia 19 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quem for flagrado com seis decigramas de álcool por litro de sangue - equivalente a uma lata de cerveja - responderá criminalmente, sujeito à pena de seis meses a três anos de prisão, com direito à fiança.
Além de São Paulo, as estatísticas da PRF são referentes a estradas federais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Bahia, Alagoas, Minas Gerais, Goiás e Ceará, entre sexta-feira e domingo. As 80 autuações também dizem respeito ao endurecimento da legislação - quem se recusou a fazer o teste do bafômetro foi punido com multa de R$ 955 e suspensão da carta por 12 meses.
Antes da sanção da lei, só poderia ser preso quem fosse flagrado embriagado e se envolvesse em acidente ou dirigisse perigosamente. Agora, quem for flagrado em qualquer situação, como em blitze das polícias rodoviária ou militar, também pode ser preso. Além das prisões, está passível de punições administrativas (também de infração gravíssima) qualquer pessoa flagrada com mais de 2 decigramas de álcool por litro de sangue ou 0,1 mg por litro de ar expelido no bafômetro. Isso representa o consumo de qualquer quantidade de bebida alcoólica - podendo variar segundo a altura e o peso da pessoa.
Nas rodovias estaduais paulistas, também houve prisões por causa da nova lei: em 24 mil km, entre sexta e domingo, 6 pessoas foram presas. ;Casos diferenciados começam a surgir, como o caminhoneiro que foi parado por problemas nas faixas laterais de sinalização e acabou preso por dirigir embriagado;, contou o tenente Cláudio Ceoloni, da Polícia Rodoviária Estadual. A nova lei é válida também para qualquer rua das cidades - no perímetro urbano de São Paulo, entre sábado e domingo, foram presas quatro pessoas.