O medo de sofrerem represálias por parte dos militares do Exército que fazem a segurança em um projeto social levou parentes de dois dos três jovens do Morro da Providência assassinados por traficantes a pedirem proteção ao ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vannuchi. Ele se encontrou na tarde de hoje (20) no alto do morro com moradores e parentes dos três rapazes mortos.
A primeira providência será cuidar de programas de proteção a duas mães que solicitaram, porque têm seus parentes ou filhos ameaçados de morte, disse Vannuchi. O programa de proteção obriga a mudança de endereço, inclusive para outros estados.
O defensor público da União André Ordacgy, que participou da reunião, ponderou que o melhor é esperar o desenrolar dos acontecimentos, pois, segundo ele, ao ingressar no programa as famílias terão suas vidas completamente mudadas, perdendo contatos de toda ordem e amigos.
Não pode ser uma decisão irrefletida. Tem que amadurecer, pois já existe determinação legal limitando a ação do Exército parte baixa do morro. O único caso em que se aconselha a entrada no programa é se há risco imediato, disse o defensor.
Vannuchi esteve no Morro da Providência acompanhado do presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, da procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Gilda Pereira de Carvalho, e do ouvidor nacional dos Direitos Humanos, Fermino Fechio.