As primeiras horas da greve dos motoristas e cobradores do sistema de transporte coletivo causaram tumulto nos principais terminais de passageiros do Grande Recife nesta sexta-feira (20). Algumas empresas colocaram ônibus extras nas ruas para suprir os trajetos que estão sem atendimento. Em bairros como Maranguape e Rio Doce a situação está complicada: as paradas estão lotadas e praticamente nenhum ônibus passa pelo local.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários Urbanos de Passageiros do Recife e Regiões Metropolitana, da Mata Sul e Norte de Pernambuco (STTREPE), 90% da frota de ônibus do Grande Recife aderiu à greve, que teve início a partir da zero hora desta sexta. Transtorno para os 1,5 milhão de passageiros, usuários dos 2.700 ônibus que circulam em 354 linhas na Região Metropolitana do Recife.
A decisão da categoria foi tomada no final da tarde desta quinta-feira (19), depois de um impasse na reunião de negociação salarial, realizada na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Pernambuco. Os ônibus que circularem nesta sexta terão a segurança da Polícia Militar para garantir a integridade física de motoristas, cobradores e passageiros. Os empresários ameaçam com demissões.
Segundo o diretor do STTREPE, Diógenes José de Souza, a paralisação seria uma "uma resposta à intransigência patronal", que não avança na questão das remuneração dos motoristas e demais categoria. "Já garantimos a manutenção da Convenção Coletiva de Trabalho de todas as conquistas, mas eles não avançam nos salários. Queremos 12,88% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e recomposição do poder de compra doss salários, mas só oferecem apenas 4%, e em duas parcelas, em junho e em agosto", resumiu.
Um tumulto também foi registrado em frente à empresa Cidade Alta, em Rio Doce. Motoristas e cobradores em greve bloqueiam a porta da empresa e ninguém entra ou sai. Por volta das 6h da manhã desta sexta, um ônibus teve os quatros pneus esvaziados quando saía.