Os 11 militares - um tenente, três sargentos e sete soldados - envolvidos na entrega de três jovens do Morro da Providência a traficantes da Mineira, que acabaram sendo mortos, serão indiciados por homicídio, mesmo que vários deles aleguem que seguiam ordens do segundo-tenente Vinícius Ghidetti. O delegado Ricardo Dominguez, da 4ª DP, deve remeter ao 3º Tribunal do Júri, até segunda-feira, o relatório final do inquérito.
O encarregado do Inquérito Policial Militar aberto no Comando Militar do Leste, capitão Peçanha, pediu a prisão preventiva por dez dias de quatro deles: além de Ghidetti, o terceiro-sargento Leandro Maia Bueno e os soldados José Ricardo Rodrigues de Araújo e Fabiano Eloi dos Santos .
Segundo os depoimentos, Ghidetti entregou David Wilson Florêncio da Silva, de 24 anos, Marcos Paulo da Silva, de 17, e Wellington Gonzaga Costa, de 19, presos por desacato, aos traficantes como ;um presentinho;. Ghidetti havia recebido de um superior a ordem de libertar os jovens, mas ordenou que eles fossem levados para a Mineira. ;Os traficantes não estavam entendendo nada. O tenente disse: "Está aqui um presentinho para vocês". Os traficantes perguntaram se eram ;alemães; (de quadrilha inimiga). O oficial respondeu que eram de ;lá da Provi; (Providência);, contou o advogado Walmar Flávio de Jesus.