O ministro da Defesa, Nelson Jobim, chegou nesta terça-feira (17/06) ao Rio de Janeiro para acompanhar as apurações sobre a morte dos três jovens no último sábado (14/06) no Morro da Mineira. Ele participou nesta manhã de uma reunião no Comando Militar do Leste (CML), no centro da cidade, e segue ainda nesta tarde ao Morro da Providência, onde se encontra com familiares das vítimas na Associação de Moradores.
A confirmação de envolvimento de militares no episódio foi dada nesta segunda-feira (16/06). Em depoimento na 4ª Delegacia de Polícia , oficiais admitiram do Estado ter entregado Wellington Gonzaga Costa, 19 anos, David Wilson Florêncio da Silva, 24 e Marcos Paulo da Silva, 17 a traficantes. A idéia era apenas aplicar um ;corretivo; após eles terem supostamente desacatado os oficiais. O desfecho, no entanto, ocorreu de forma trágica, já que o corpo dos rapazes foi encontrado em um lixão da cidade e comprometido pelos tiros.
A visita do ministro Jobim deve intensificar as apurações sobre o caso. Presidente da comissão de segurança pública da Câmara dos Deputados, o parlamentar Raul Jungmann (PPS-PE) antecipou que pretende pedir no Congresso Nacional que seja instaurada uma comissão externa para acompanhar as investigações sobre o caso.
Mesmo tendo admitido o crime, os militares envolvidos continuam em prisão administrativa numa unidade do Exército e deverão responder a um IPM (Inquérito Policial Militar) e não pagar pelos atos na Justiça Comum.
Suspeitos
Oito dos onze militares do Exército suspeitos de envolvimento na morte de três jovens do Morro da Providência estão prestando depoimento neste momento no 1o Batalhão de Polícia do Exército, na Barra da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, onde eles estão presos. O delegado que investiga o caso, Ricardo Dominguez, decidiu ouvir os acusados no próprio batalhão, por medida de segurança.