De cada dez escolas municipais de ensino fundamental e médio (Emefs e Emefms), seis estão em áreas violentas (309 dos 493 colégios). É o que mostra o levantamento feito pela Prefeitura de São Paulo, em parceria com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), para determinar quantas escolas precisavam receber segurança privada. O Jornal da Tarde teve acesso à lista das escolas de risco, onde estudam mais de 500 mil alunos, por região da cidade. São Mateus, na zona leste, aparece no topo do ranking: 98% de seus colégios municipais (40 de 41) terão, até julho, a vigilância privada.
Guaianases, na mesma região, é a segunda colocada, seguida de Capela do Socorro, na zona sul. Nenhuma escola da região central aparece na lista. O pacotão da segurança das escolas, chamado Programa de Proteção Escolar, foi criado, no ano passado, como uma medida emergencial pelo Secretário da Educação Municipal Alexandre Schneider após uma série de reportagens publicadas pelo JT sobre ocorrências de furtos de computadores em escolas e de violência.
A Prefeitura investirá R$ 82,5 milhões por ano nesse programa que vai oferecer vigilância 24 horas com seguranças desarmados, câmeras, motos e radiocomunicadores. As escolas que serão beneficiadas já foram alvo de ataques (roubos, furtos ou brigas) ou têm o entorno comprometido por freqüentes ocorrências criminosas .
Além de considerar as escolas localizadas em bairros com alto índice de vulnerabilidade, a Secretaria Municipal de Educação contou com um levantamento de ocorrências feito pela Guarda Civil Metropolitana (GCM), segundo a assessoria de imprensa da pasta. O estudo mapeou os índices de tráfico de drogas, homicídio, lesão corporal, furto e roubo. Ainda de acordo com a secretaria, das 309 escolas da lista, 192 foram destacadas dentro do índice de vulnerabilidade. As outras 117 foram indicadas pelas Diretorias Regionais de Ensino por causa do elevado número de furtos e roubos nas escolas.