Jornal Correio Braziliense

Brasil

PF prende dez por tráfico de drogas e armas na Paraíba

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Pelo menos dez pessoas já haviam sido presas até as 8 horas desta quinta (05/06) durante a Operação Albergue, deflagrada pela Polícia federal, em ação integrada com o Ministério Público e as polícias Militar e Civil da Paraíba, com o objetivo de combater o tráfico de drogas e de armas na região de Campina Grande, bem como a corrupção de servidores públicos para a liberação irregular de presos albergados. Cerca de 500 policiais federais e militares cumpririam 19 mandados de busca, inclusive no Presídio Serrotão em Campina Grande, e 17 mandados de prisão preventiva, após investigações iniciadas em 2007. Entre os presos estão policiais militares, agentes penitenciários do presídio e funcionários que trabalham na Vara de Execuções. O líder da organização, de acordo com a PF, é o preso José Maurício Filho, conhecido por Barrinha, que cumpre pena em regime semi-aberto no Presídio Serrotão, condenado por tráfico de drogas. Segundo a PF, ele paga propina a agentes carcerários para permanecer fora do presídio e possui grande influência entre os presos. Também participam da quadrilha os presos Marcone Edson Barbosa, Marcelo Belo de Sousa e Ernande José da Silva, o Muleta, também presos no Serrotão, e Márcio Renan da Silva, o Baixinho, acusado de fornecer grande parte da droga. Ele reside em Praia Grande, litoral sul de São Paulo, contra quem foi expedido mandado de prisão preventiva. Os criminosos, conforme a PM, contam com um forte esquema de corrupção envolvendo alguns servidores do presídio Serrotão e presos dos regimes aberto, semi-aberto e fechado. Durante a investigação constatou-se que presos albergados, que deveriam pernoitar e passar finais de semana no presídio, saem das dependências do estabelecimento e passam dias sem retornar, assinando de uma só vez os dias ausentes mediante o pagamento de propina a agentes penitenciários, responsáveis pelo controle, com a conivência ou a participação direta de alguns policiais militares ocupantes dos cargos de direção da unidade prisional. As investigações sugerem também a participação de serventuários da Justiça de Campina Grande no esquema criminoso, com o fim de possibilitar a manutenção das regalias do grupo. De acordo com a PF, os presos se beneficiavam do "álibi" de estarem supostamente no presídio para cometer os mais diversos delitos enquanto do lado de fora. Desta forma, permaneceriam isentos de qualquer suspeita, uma vez que, nos registros do presídio, constaria que estavam recolhidos no momento do crime.