A empresa de ônibus Pássaro Marron foi alvo de quatro assaltos a veículos intermunicipais nos últimos 15 dias, no mesmo trecho da Rodovia Presidente Dutra, entre São Paulo e Guarulhos, na Grande São Paulo. A polícia não tem dúvidas de que se trata da mesma quadrilha que aterroriza os passageiros e transformou em tragédia um dos ataques. No primeiro roubo, no dia 19, o estudante universitário João Alexandre de Almeida Guilherme, de 23 anos, foi assassinado dentro de um coletivo que seguia da capital paulista para Taubaté, no Vale do Paraíba (SP).
Guilherme dormia e, ao ser acordado pelos ladrões com uma arma na cabeça, assustou-se e levou um tiro no peito. O crime aconteceu às 20h30, entre Guarulhos e Arujá (SP), na Rodovia Dutra. Ele se encontraria com a família, que mora em Taubaté.
Testemunhas afirmaram que, naquela noite, dois jovens pararam o ônibus e entraram no veículo, anunciando o assalto em seguida. Depois de matar Guilherme, roubaram dinheiro, celulares e ainda fizeram novas ameaças, atirando contra outro passageiro, que só não morreu porque a arma do bandido falhou. Um carro que ia atrás dava cobertura para a dupla e auxiliou na fuga.
Deste dia em diante, a Pássaro Marron determinou que os ônibus não parassem mais na rodovia, principalmente no trecho da região metropolitana. Os assaltantes perceberam e passaram a embarcar no Terminal Rodoviário Tietê, na zona norte da capital paulista, onde é necessário apresentar o nome e número do documento de identidade antes de entrar no ônibus.
Mesmo assim, três outros assaltos aconteceram no mesmo trecho desde o dia 19. O último foi na noite desta terça-feira (03/06). Um total de 43 viajantes de um ônibus que ia no sentido São José dos Campos (SP) foi ameaçado e teve carteiras, dinheiro, jóias e telefones celulares roubados. O ladrão agiu sozinho e, ao descer do coletivo, no quilômetro 214 da Presidente Dutra, fugiu num automóvel que seguia o ônibus desde a saída da capital.
Novas medidas de segurança
De acordo com a empresa de ônibus, desde a morte do estudante, reuniões são feitas com as Polícias Civil e Rodoviária Federal (PRF), que controla o policiamento na Dutra, para adotar novas medidas de segurança. "Por questões estratégicas, não podemos divulgar. Mas também estamos muito preocupados. A empresa também é vítima, assim como os passageiros, e quer resolver essa situação", disse o superintendente da Pássaro Marron, Fernando César.