Dezessete pessoas, entre elas o cônsul honorário da Espanha na cidade de Joinville, em Santa Catarina, Antônio Escorza Antoñanzas, foram presas hoje durante a operação Cartada Final, da Polícia Federal (PF), realizada em quatro Estados do País. Entre os presos, além do cônsul, que é apontado como chefe da quadrilha que comercializava produtos contrabandeados usados em máquinas caça-níquel, está ainda o filho de Antoñanzas.
Cerca de 250 policiais federais cumpriram 19 mandados de prisões cautelares e 15 temporárias, 48 mandados de busca e apreensão, 96 seqüestros de imóveis, apreensão de duas lanchas e diversos veículos, bem como seqüestro dos valores de 33 contas bancárias nos Estados de Santa Catarina, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Segundo a PF, a quadrilha atuava há anos em vários Estados brasileiros, além de fabricar, vender e exportar máquinas caça-níqueis para o México, República Dominicana, Panamá, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Argentina, Paraguai e Espanha. Conforme a polícia, os presos arrecadavam enorme quantidade de dinheiro, o que era ocultado do sistema financeiro brasileiro através de depósitos e saques sem comprovação de origem.
Foram identificadas ainda inúmeras empresas fictícias abertas por "testas-de-ferro" do chefe da organização, visando blindar seu patrimônio. Desde o início de suas atividades, a quadrilha já adquiriu quase uma centena de imóveis nas cidades de Joinville, Balneário Camboriú e outras. Segundo a PF, 14 prisões aconteceram em Santa Catarina, duas em Salvador (BA) e uma em Recife (PE). Outras duas prisões serão efetuadas no Exterior, uma delas do advogado do cônsul.