Jornal Correio Braziliense

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Justiça pede prisão de oito punks por tentativa de homicídio em SP

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A Justiça de São Paulo decretou nesta segunda-feira (02) a prisão temporária de oito integrantes de um grupo punk por tentativa de homicídio qualificado e lesão corporal grave. A vítima, esfaqueada em 2006 por querer deixar o grupo, sobreviveu à agressão. Seis deles foram levados à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), no centro da capital paulista. Dois estão foragidos. Estão detidos Juliana de Oliveira Goulart, Marcelo Thiago de Morais, Ricardo Araújo Meira, Alexandre Camillo de Melo, Thiago Coleto de Souza e Juliano Furtuoso dos Santos. A polícia procura Fernando Pieroni e Adilson Ongaro Junior. Os acusados têm entre 18 e 24 anos. Os punks esfaquearam Jefferson Marcelo dos Reis e agrediram Beatriz Favaro Nuzzi e Mariana Ovas Sufuente, em abril de 2006. O crime ocorreu em frente a um bar freqüentado por homossexuais, na Rua da Consolação, região central de São Paulo. No ataque, o grupo usou facas, garrafas de vidro quebradas e socos-ingleses Devastação Os acusados integram um grupo chamado "Devastação". Atacaram Reis porque ele tentou deixar a gangue, que não admite deserções. "A desistência de Jefferson causou ira nos denunciados, que o procuraram no bar e o agrediram com facas", diz o promotor de Justiça Raul de Godoy Filho. A denúncia e o pedido de prisão vindos da promotoria foram acolhidos pela juíza Juliana Guelfi, do 1º Tribunal do Júri da Capital Beatriz e Mariana estavam perto de Reis na hora do ataque e teriam sido agredidas por preconceito, pois estavam em um bar gay. "Se trata de uma gangue de pessoas que agem imbuídas de preconceito", afirma o promotor. Na denúncia à Justiça, Godoy Filho chama os acusados de "agressores contumazes e cruéis". Pesa contra os réus acusação de tentativa de homicídio qualificado, por motivo fútil, "pela simples negativa do réu em continuar na facção", informa o promotor, e por impossibilidade de defesa da vítima. "O ataque foi feito de surpresa e os agressores estavam em maior número", explica Godoy Filho. O promotor pediu à polícia que investigue o envolvimento dos réus em outros crimes de intolerância.