Rio de Janeiro - Os fumantes que passaram neste sábado (31/05) pelo calçadão da Avenida Atlântica, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, foram alertados sobre os riscos do uso do tabaco, puderam realizar exames para medir o nível de monóxido de carbono no pulmão e diagnosticar possíveis lesões na boca decorrentes do fumo. A iniciativa faz parte da programação do Dia Mundial sem Tabaco, da Secretaria Municipal de Saúde.
Para a atividade, foram montados estandes, que funcionam neste sábado e neste domingo, das 9h às 14h, em dois locais: além de Copacabana, a Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, na zona norte, recebeu a estrutura para atender quem deseja parar de fumar.
A secretária Márcia França, que fuma desde os 18 anos, foi atendida pela equipe da prefeitura em Copacabana e se assustou com o resultado do exame. Hoje, aos 51 anos, chegou à conclusão de que precisa abandonar o vício. "Pelo resultado, eu vi que estou um lixo. O nível de monóxido de carbono está muito alto. Bateu na minha consciência que é hora de parar. Agora eu quero e preciso de ajuda", afirmou.
A gerente do Programa de Controle de Tabagismo da Secretaria Municipal de Saúde do Rio, Sabrina Pressman, disse que o impacto do exame é comum entre os fumantes. Segundo ela, esse é o objetivo da iniciativa: revelar de forma clara aos fumantes os males que o vício está causando ao organismo deles.
"O teste mobiliza muitos fumantes. Quando eles vêem um número real de quanto de monóxido está no corpo deles, o impacto é muito grande. Por isso, muita gente sai daqui decidido a parar de fumar", acrescentou.
Ela explicou que para acompanhar essas pessoas e garantir que a decisão seja efetivada, a Prefeitura do Rio oferece tratamento gratuito contra o tabagismo em 76 unidades da Secretaria Municipal de Saúde. Os endereços e telefones das unidades estão disponíveis na internet, no site www.saude.rio.rj.gov.br.
Donos e gerentes de bares e restaurantes da zona sul, próximos do local onde os estandes da prefeitura foram montados, garantiram que está sendo tranqüilo o primeiro dia em que vigora o decreto da Prefeitura proibindo o fumo em locais coletivos fechados, públicos ou privados. A multa para quem descumprir a nova regra varia de R$ 2 mil a R$ 75 mil.
Segundo Gil César, gerente de um bar na orla de Copacabana, o estabelecimento se antecipou e já vinha há 15 dias informando os clientes sobre o decreto. Na madrugada de hoje, funcionou sem problemas. "A nossa clientela é mais ou menos fixa, por isso orientamos nossos garçons a conversar com os freqüentadores fumantes e eles entenderam bem", afirmou.
O gerente de uma tabacaria vizinha, Jorge Carvalho, disse que a saída foi ampliar o número de mesas em um espaço que já era utilizado do lado de fora da casa, na calçada. Outras três tabacarias moveram ação na Justiça para não serem obrigadas a cumprir o decreto. Duas delas obtiveram liminares favoráveis e a terceira aguarda julgamento.