A ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, do Supremo Tribunal Federal, votou pela constitucionalidade, sem restrições, da realização de pesquisas com células-tronco embrionárias. Ao votar a favor da liberação, a ministra afirmou que assegurar os estudos significa garantir a dignidade da vida e seguir o princípio da solidariedade com as gerações futuras, oferecendo-lhes uma qualidade de vida superior. "Além disso, vale lembrar que os embriões congelados que não são colocados no útero de uma mulher irão se transformar em lixo genético", disse.
Para a ministra, sem a possibilidade de pesquisar, o homem seria um ser aprisionado e sem perspectivas. "Um grão precisa morrer para germinar. As células não utilizadas poderão ter um destino impróprio ao princípio da dignidade humana", opinou.
Cármen Lúcia respondeu aos argumentos dos que defendem que as pesquisas podem ser realizadas com células adultas. De acordo com ela, está comprovado que os estudos referentes à cura de doenças degenerativas devem ser realizados com células embrionárias, pois somente essas possuem a possibilidade de gerar todos os tipos de tecidos. "As embrionárias não podem ser substituídas. A pesquisa com esse tipo de célula é muito importante para que os estudos avancem, visto que as células-tronco adultas são utilizadas frequentemente há anos", considerou a ministra.
Neste momento, o ministro Ricardo Lewandowski inicia a leitura do seu voto.