Nesta segunda (19/05) será apresentada a primeira denúncia junto à Justiça Federal com base no inquérito realizado pela Polícia Federal (PF) na Operação Ouro Branco. O procurador da República em Uberaba, Carlos Henrique Dumont Silva, vai denunciar a Cooperativa Agropecuária do Vale do Rio Grande (Copervale), sediada no município mineiro.
A ação, iniciada em meados do ano passado pela PF, Procuradoria da República e Ministério Público Estadual de Minas, investigou esquemas de mistura de substâncias químicas não permitidas ao leite longa vida (para preservar artificialmente o produto e elevar criminosamente os lucros).
Na primeira investida da Ouro Branco, em outubro do ano passado, foram indiciadas a Copervale e a Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro (Casmil), do município de Passos. As empresas eram suspeitas de adicionar soda cáustica (hidróxido de sódio) e água oxigenada (peróxido de hidrogênio) ao leite, produtos alcalinos que disfarçam a ação de bactérias. Mas laudos divulgados em dezembro concluíram que o leite, na verdade, não continha traços de soda ou água oxigenada - apresentava, porém, água, açúcar, sal, citrato, soro e outros compostos que, pela lei, não poderiam ser adicionados ao leite.
No caso da Casmil, o Ministério Público Federal em Minas solicitou mais informações à PF, antes de decidir se vai ou não apresentar denúncia. As duas cooperativas só pretendem se pronunciar sobre o caso depois de a Justiça acolher a denúncia do MPF.