Uma legião de bactérias, fungos, vírus e germes invade os hospitais e ameaça os pacientes todos os dias. Sanitaristas e epidemiologistas consideram a questão um problema de saúde pública mundial. Segundo estimativa da Organização Panamericana de Saúde (Opas), entre 5% e 10% das pessoas que são internadas contraem uma ou mais infecções. No Brasil, estima-se que o percentual seja de 13%, mas os dados não são muito confiáveis, o que tende a agravar ainda mais o problema. O último estudo do Ministério da Saúde de abrangência nacional sobre o assunto foi realizado em 1994.
Para tentar amenizar o impacto do exército de microrganismos nos hospitais brasileiros, o governo instituiu o 15 de maio como o Dia Nacional do Controle de Infecção Hospitalar. Apesar de a data ter sido fixada há nove anos, pouco se avançou no combate ao mal. A dificuldade de barrar os inimigos invisíveis vai desde a precariedade nos serviços médicos à falta de formação adequada dos profissionais de saúde.
Gerente da Anvisa comenta sobre infecção hospitar
Seminário em Brasília
Profissionais de saúde de todo o país e representantes de organismos internacionais estiveram ao longo da semana reunidos no II Seminário Nacional de Prevenção e Controle de Infecção em Serviços de Saúde, promovido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As discussões do evento, que terminou ontem, trataram desde questões técnicas até a importância de higienização no atendimento médico. ;É uma das práticas mais importantes na prevenção porque reduz a transmissão de bactérias;, observa Leandro Queiroz, gerente de investigação e prevenção de infecções da Anvisa.
A redução dos índices de infecção neonatal foi outro ponto discutido. O diretor da Anvisa, Cláudio Maierovitch, lembrou que a ação é uma das prioridades do programa Pacto pela Vida, do Ministério da Saúde. ;Cerca de 60% da mortalidade infantil no Brasil ocorre no período neonatal;, informou.