O Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro, recebeu nesta terça-feira (13), um equipamento capaz de detectar qualquer objeto, como armas, drogas e celulares, escondido no corpo humano, mesmo sem ser notado a olho nu. Chamado de scanner corporal, o equipamento permite a detecção de um grampo cirúrgico ou até a ingestão de um saco plástico, ao emitir um desenho do objeto que está no corpo.
Segundo o secretário de Administração Penitenciária do Rio, César Rubens Monteiro de Carvalho, o aparelho, que custou R$ 1,3 milhão, é o primeiro da América Latina e tem capacidade para realizar mil revistas por dia. O scanner foi adquirido por meio de um convênio com o Tribunal de Justiça do Rio, que possibilitou também a reforma do centro de monitoramento do complexo penitenciário.
A diferença desse aparelho é que você tem uma imagem de todo o tipo de objeto dentro ou na superfície do corpo humano. Os outros aparelhos buscam a identificação pelo tipo de substância ou constituição física do aparelho: ou é um detector de metais ou você tem que fazer algum tipo de exame para analisar, explicou o secretário. Ele informou ainda que o governo do Rio está estudando a aquisição de outros aparelhos iguais.
O aparelho servirá para fazer as revistas nas 11 unidades do complexo, que inclui os presídios de segurança máxima Bangu 1, 2 3, 4 e 5. Pelas unidades penitenciárias, que abrigam 5,5 mil presos, passam diariamente cerca de 15 mil visitantes, além dos 800 funcionários que trabalham no local.
Segundo Carvalho, a revista poderá ser feita por meio de escolha aleatória de pessoas, como ocorre nos aeroportos. Vamos buscar que o maior número possível de pessoas passe pelo scanner. Mas se tivermos algum tipo de congestionamento, a revista será feita por amostragem, disse.
O governador do Rio, Sérgio Cabral, destacou que além de evitar a entrada de armas e celulares, o scanner substituirá revistas consideradas constrangedoras: Tudo o que os familiares e a maioria dos presos não querem é uma situação de estresse nas visitas. Estamos atendendo obviamente um interesse do estado, que é garantir a ordem e a segurança, mas também da população carcerária.
O scanner deverá começar a ser utilizado em uma semana, após ser aprovado nos testes de segurança da Comissão Nacional de Energia Nuclear.