O ministro Edson Santos, da Secretaria Especial de Políticas para Igualdade Racial, disse há pouco que o sistema de cotas raciais para ingresso na universidade precisa durar algumas gerações. "Até que se produza um resultado efetivo de mudança da localização social da população negra", afirmou, durante entrevista coletiva sobre os 120 anos da abolição da escravidão, comemorados hoje.
O sistema de reserva de vagas está previsto no Estatuto da Igualdade Racial, atualmente sob análise do Senado. Santos acredita que a matéria será votada em breve. "O senador Paulo Paim é um grande articulador. Somos muito otimistas", disse o ministro. Ele destacou, entre as políticas previstas para a comunidade negra, especial preocupação com os jovens. "São campeões nas estatísticas de violência", ressaltou, referindo-se ao número de vítimas de homicídios. De acordo com dados de mortalidade do Ministério da Saúde, a taxa de assassinatos de negros é de 68,4, num grupo de 100 mil habitantes, contra 39,3 brancos.