O Ministério Público Federal no Pará (MPF/PA) divulgou nota oficial na qual alerta sobre a possibilidade de aumento da violência no interior do Estado depois da absolvição do acusado de ser o mandante da morte da missionária norte-americana Dorothy Stang em fevereiro de 2005 em Anapu, no sudeste paraense. Em nota, o MP reforça que o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura responde à Justiça Federal por crimes ambientais e por manutenção de trabalhadores em condições "análogas às de escravos" e afirma que a decisão é um "prêmio à impunidade".
"Além de contrária às provas nos autos, a decisão é preocupante porque contribui para o acirramento da violência no campo. Assim, entendemos que é fundamental e urgente o fortalecimento dos sistemas de segurança pública federal e estadual nas regiões de conflitos fundiários no Pará", informa o texto. Para a instituição, a ausência de segurança poderá resultar na "concretização das ameaças de morte a trabalhadores rurais, índios, quilombolas, ribeirinhos, pescadores artesanais, defensores dos direitos humanos e religiosos que atuam no interior do estado na defesa das minorias."