Salvador - Continua desaparecido o bimotor Cessna C-310 Q, da empresa Aero Star, que sumiu dos radares no fim da tarde de sexta-feira, no litoral sul baiano, quando levava quatro empresários e executivos ingleses e dois tripulantes brasileiros. A Força Aérea Brasileira (FAB) interrompeu as buscas às 18 horas deste domingo (04/05), cerca de 48 horas após o desaparecimento da aeronave, por causa da baixa visibilidade na área. Os trabalhos devem ser retomados na manhã desta segunda-feira.
Neste domingo, equipes da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, da Aeronáutica e da Marinha percorreram as áreas que não haviam sido cobertas no domingo, com o suporte de duas aeronaves da FAB ; um helicóptero e um avião de pequeno porte ;, um helicóptero da PM e um navio da Marinha, o Varredor Anhantomirim, que transportou agentes da Delegacia de Capitania dos Portos de Ilhéus.
Nenhum vestígio do avião foi encontrado. Por terra, cerca de 50 policiais militares continuaram as buscas pelas áreas de mata atlântica da região, auxiliados por moradores da região. "Ainda não podemos descartar nenhuma hipótese, mas como ainda não achamos nada do avião, é possível que ele tenha caído no mar", afirma o comandante da 4ª Companhia da PM na região, capitão Hosannah Rocha, que comanda as buscas por parte da PM. "Apesar disso, ainda temos esperanças de encontrar os ocupantes com vida."
O avião levava o presidente da empresa de investimentos turísticos Worldwide Destinations (WWD), Sean Woodhall, o representante da WWD no Brasil, Ricky Every, o presidente da empresa de gerenciamento Diamond Lifestyle Holdings, Alan Trevor Kempson, e o executivo da empresa Nigel Hodges, todos ingleses. Além deles, estavam a bordo o piloto Clóvis Revault de Figueiredo e Silva, de 61 anos, e o co-piloto Leandro Oliveira Veloso, de 34.
Os passageiros e tripulantes decolaram de Salvador às 17 horas de sexta-feira com destino a Ilhéus, 458 quilômetros ao sul da capital baiana. Segundo a gerente comercial da Aero Star, Ellen Duarte, o piloto, que tinha mais de 15 mil horas de vôo, fez o último contato com o Aeroporto Jorge Amado, em Ilhéus, às 17h43, dizendo que estava cancelando a navegação por instrumentos para proceder o pouso, previsto para as 17h51. O clima era chuvoso na região, mas havia visibilidade, segundo a Infraero.
Ainda de acordo com Ellen, o piloto informou à torre que o avião estava a 27 milhas náuticas (50 quilômetros) da cabeceira da pista do aeroporto. "Pela posição, ele deveria estar a oito milhas náuticas (cerca de 15 quilômetros) da costa, sobre o mar", diz a gerente. Foi o último contato do avião.
Resort
A WWD estava se preparando para lançar, na região de Vila Paraíso, seu primeiro empreendimento turístico-imobiliário no Brasil, um complexo que reuniria um hotel, um condomínio de apartamentos e um campo de golfe chamado Barra Nova Pearl & Lagoa Pearl Eco-Nature Resorts. A empresa tem imóveis parecidos no sul europeu e no norte africano.
O empreendimento estava sendo preparado em um terreno de 210 hectares, com 1,2 quilômetro de praia, comprado pela empresa há cerca de dois anos. Um apartamento de dois quartos no resort, na fase de pré-lançamento, está sendo anunciado por imobiliárias inglesas por 67 mil libras e por imobiliárias norte-americanas por US$ 130 mil.
O secretário de Turismo da Bahia, Domingos Leonelli, conta que se reuniu com Ricky Every na semana passada. "Ele estava em um grupo de empresários de Ilhéus e região, que veio discutir o impacto, na região, da construção do Porto Sul (projeto misto de porto, ferrovia, hidrovia, rodovia e aeroporto para escoamento de mercadorias, a ser instalado em Ponta do Tulha)", afirma. "Ricky estava bastante preocupado com o projeto, mas entendeu a importância dele para a região. Estávamos discutindo como minimizar eventuais impactos."