Uma queda banal seguida de um suposto erro médico podem ser as causas da amputação do braço direito de Mariana Alves Rodrigues, uma menina de sete anos. A queda ocorreu há 12 dias, quando ela brincava na casa de sua avó, provocando fissura no osso. Para resolver o caso, o médico que a examinou e tirou chapas, no Centro de Referência em Ortopedia e Fisioterapia (CROF), engessou o braço.
Segundo a mãe, Flávia Rodrigues de Oliveira, a menina reclamou de dores no dia seguinte. De volta ao consultório, ela foi examinada por outros médicos, que providenciaram a troca do gesso por talas. Porém, um deles anunciou uma estranha conclusão: "Ela não tem nada, é manha da menina", relatou a dona-de-casa.
A intensidade das dores e das reclamações levou a família a procurar ajuda médica no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) o maior do Estado e que atende os casos mais graves. Ali, foi constatado um quadro de septicemia (infecção generalizada) e necrose do braço, e anunciada a decisão pela amputação. "Fiquei chocada", disse hoje a mãe da menina. "O médico me disse que teria de amputar o braço ou a Mariana morreria, não tive escolha", revelou Flávia Oliveira. O caso foi registrado no Posto Policial do Hospital e também denunciado ao CRM (Conselho Regional de Medicina).
"Abrimos sindicância e vamos investigar se ocorreu erro médico", garantiu hoje Salomão Rodrigues Filho, presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM) de Goiás. "O que se faz em casos como esses? Primeiro se ouve todas as partes envolvidas, verificar o que aconteceu, como aconteceu".
"Nós estamos verificando as circunstâncias do acidente e das cirurgias e vamos acompanhar as investigações do Conselho", afirmou o médico Paulo Rassi, secretário municipal de Saúde. O secretário informou que um exame histopatológico, que costuma ser feito pelo hospital após uma cirurgia como a de amputação do braço da menina Mariana, poderá dar pistas seguras do que ocorreu.