A situação é tensa na aldeia Pé do Mutum, em Juara, a 708 quilômetros de Cuiabá. Sete homens são mantidos reféns por índios da etnia rikbaktsa desde domingo, quando foram flagrados pescando na comunidade indígena Japuíra. Para liberar os reféns, os índios exigem a presença de autoridades da Secretaria de Meio Ambiente, Polícia Federal, Casa Civil e Funai de Brasília. Apesar da tensão, a informação que foi passada à imprensa é que os reféns não estão amarrados e nem passam fome.
" Os índios estão ficando impacientes porque nenhum órgão exigido por eles respondeu ao chamado. Todos estão pintados, armados com arco e flecha e afirmam que não vão liberar os pescadores enquanto não forem ouvidos pelos representantes de Cuiabá e Brasília", explicou Antônio Carlos Ferreira de Aquino, chefe da Funai na região.
De acordo com os rikbaktsa, os pescadores chegaram em seis barcos, redes e grande material de pesca, o que caracteriza pesca predatória. Os índios querem a presença da PF exatamente para entregarem os pescadores que, segundo eles, praticavam crime ambiental por estarem com peixes fora da medida.
Segundo o presidente da Associação Indígena Rikbaktsa, Paulo Henrique Skiripi, os índios querem respeito e proteção à área deles. Os índios ainda pedem mais apoio para formar equipes e eles mesmo fiscalizarem a área indígena. Além disso, eles exigem treinamento e capacitação para serem os próprios agentes ambientais na região.