Os advogados de defesa de Alexandre Nardoni, 29 anos, e Anna Carolina Jatobá, 24, vão contestar na Justiça o inquérito que investiga a morte de Isabella Nardoni, 5 anos. As investigações, que se encerram nesta terça-feira (29), concluem que o casal asfixiou e jogou a menina do sexto andar na noite do dia 26 de março.
Segundo o defensor Rogério Neres, a perícia não conseguiu provar com exames de DNA que as oito manchas de sangue encontradas no carro do casal suspeito e no apartamento seja de Isabella. O promotor Francisco Cembranelli não comentou a falta desses dados. No entanto, uma perita do Instituto de Criminalística que não quis se identificar disse ao Correio que não foi possível fazer os testes de DNA porque todas as manchas vermelhas encontradas foram lavadas com detergente. Elas só foram identificadas graças ao uso de uma substância chamada luminol, que identifica manchas de sangue não perceptíveis a olho nu.
Segundo Neres, além da falta de provas que se trata de sangue de Isabella, tudo o que foi produzido até agora na fase do inquérito, como os laudos periciais e os depoimentos, será contestado. "Estamos pensando em pedir a anulação de algumas perícias que apresentam falhas técnicas", diz o defensor.
Agora há pouco, Rogério Neres deixou a delegacia do Carandiru, na Zona Norte da capital, onde se concentram as investigações, do caso. "Viemos pegar as informações mais recentes do inquérito", disse. Ele tirou cópias de vários documentos.
A Polícia Civil pretende encerrar o inquérito amanhã e envia-lo, no máximo, até a quarta-feira ao Ministério Público, que terá 15 dias para oferecer a denúncia à Justiça. Os delegados que coordenam as investigações pretendem pedir amanhã a prisão preventiva de Alexandre e Anna Carolina.